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Autor independente: Quem é? Onde vive?

por PML

Segundo a definição nos dicionários, autor é o indivíduo responsável pela criação de algo; inventor, descobridor. O autor independente é aquele que cria seu livro e, principalmente, o publica por conta própria, de forma a não depender da decisão ou iniciativa de ninguém, a não ser dele próprio. Nem de editor que o cerceie nem de editora que o aceite, deixando de estar em primeiro plano a preocupação de se seu livro vai ser aceito ou rejeitado por alguma grande casa editorial.

Hoje podemos dizer que o mercado editorial se divide entre o autor tradicional, aquele que escreve seu livro e o tem publicado por grandes editoras e o autor independente, aquele que edita seu próprio livro.

 

Mas você sabe a diferença entre um e outro?

Acreditamos que todos temos alguma história para contar ou algum conhecimento para ser transmitido. E o livro é o meio clássico e universal que permite que uma história ou ideia seja passada adiante.

Vivemos em um mundo que está perto de chegar a 8 bilhões de habitantes: quase 8 bilhões de autores em potencial!

Brincadeiras à parte, cada vez mais e mais pessoas tornam reais o sonho de escrever seus livros. No entanto, escrever um livro, não quer dizer necessariamente que alguma editora vai querer publicá-lo.

Desde o surgimento das editoras, sempre lhes coube a decisão de escolher o que ou quem iria ser publicado. Fossem por motivos ideológicos fossem por motivos financeiros.

Vivemos em uma realidade onde o livro, cada vez mais, vê aumentar o número de concorrentes pela atenção: Instagram, Facebook, Youtube, Netflix, Whatsapp… e por aí vai.

Isso quer dizer que apesar de termos cada vez mais autores, a cada dia mais as editoras precisam afinar o olhar para descobrir e apostar em livros que elas acreditem serem bons concorrentes na disputa da atenção do leitor.

O autor tradicional é aquele que escreve seu livro e encontra (ou é encontrado por) uma editora que acredite nele e cuide de todas as etapas, da edição à distribuição e vendas.

Ao autor já estabelecido, aquele que já faz parte de um time editorial, cabe a tarefa de escrever (e aceitar as mudanças e orientações recebidas pelo editor). Depois precisa aguardar o tempo necessário para que o livro percorra toda a cadeia editorial. Não há um padrão, mas este tempo costuma ser em média de 1 a 2 anos entre aceite, ajustes, revisões, edição, produção, distribuição e vendas.

Neste período, o autor experiente estará de alguma forma, trabalhando na divulgação do seu livro ou  se autopromovendo. Seja programando atividades, seja alimentando seu público com conteúdos que podem ser relacionados ao seu livro ou não. Aqui cabe um parênteses que não importa se o autor é contratado ou independente: ele sempre vai precisar estar divulgando seu trabalho se quiser ter sucesso!

Enfim, alguns meses após o livro ser vendido, o autor começa a receber os royalties pelo seu trabalho, que gira em torno de 10% do preço de capa do livro.

Porém como sabemos, existem milhares de outras belas histórias e ideias que não terão a oportunidade de serem notadas pelas editoras tradicionais. E é neste momento que entra em ação o autor independente.

 

Quem é o autor Independente?

O autor independente é um criador de histórias, conceitos, ideias…

Ele acredita tanto em seus escritos que não quer aguardar a sorte lhe bater na porta e decide editar, publicar e distribuir seus livros por conta própria, sem esperar ser bancado por uma editora tradicional.

Ele não precisa se dedicar em tempo integral e pode sim desenvolver uma atividade profissional principal, sendo a escrita uma atividade paralela (até que a ordem se inverta!). Aqui cabe uma observação: quanto mais tempo ele se dedica à atividade de escrita, mais forte e experiente ele se torna.

O autor independente é aquele que depois de escrever, encontra pessoas (sejam elas amigos ou profissionais) que o ajudam a colocar seu livro no mercado, recebendo totalmente os créditos pelo feito, sejam eles financeiros ou morais.

Existem vários autores independentes que se destacam na cena literária. Um exemplo recente foi o cearense Mailson Furtado que escreveu e editou por conta própria, o livro À Cidade.

Mailson cuidou de todas as etapas posteriores à escrita: fez a revisão, criou a capa e diagramou seu próprio livro. Acreditou tanto em seu trabalho que se inscreveu no maior prêmio literário do país, o Prêmio Jabuti, e ganhou como livro do ano.

Outro bom exemplo é Nana Pauvolih. Uma professora que trocou as salas de aula para se dedicar totalmente à leitura.

Em sua página no Instagram, Nana se declara uma “Criadora de Amores e Romances” com mais de 130.000 livros físicos vendidos e 170 milhões de páginas lidas no Kindle Unlimited.

Autora de literatura erótica, Nana encontrou no KDP, uma plataforma de autopublicação da Amazon, uma forma de obter retorno financeiro pelo seus livros e poder fazer da literatura, sua principal atividade.

Atualmente conta com cerca de 29 livros escritos, 25 deles publicados como autora independente, e mais de 100.000 ebooks vendidos.

Uma busca pelos mais vendidos no site da Amazon na seção do Kindle, mostra a quantidade de autores independentes fazendo sucesso na plataforma. Em comum contam que a constância e o volume da escrita fizeram com que se tornassem o sucesso que são hoje.

 

Benefícios de ser um autor independente

O primeiro deles é a liberdade. Liberdade de decidir o que pode ou não constar em seu livro.

Editor é o profissional que cuida dos livros dentro das editoras. Cabe a ele conduzir o livro por todo o caminho que irá percorrer durante a edição e produção. É dele a função de decidir o que vai e o que não vai ser publicado.

Também faz parte de suas atribuições “interferir”, “aprimorar” o conteúdo do livro.

Existem inúmeros e incontáveis casos de relações editoriais que foram rompidas porque o autor não concordou com as sugestões do editor.

Ser um autor independente quer dizer que a decisão do que publicar em seu livro vai ser sempre sua.

Não que você não deva enviar seu livro para uma leitura crítica, profissional ou de amigos. Você deve sempre ouvir a opinião de outras pessoas, afinal sua escrita precisa despertar nos outros a vontade de ler. Mas a decisão final sempre vai ser sua.

Um outro ponto de grande importância é o retorno financeiro resultante das vendas: em uma relação entre autor e editora tradicional, o mais comum é que o autor receba 10% de royalties sobre o preço de capa do livro.

Em uma edição independente, 100% dos lucros resultantes das vendas são do autor.

É claro que apesar de óbvio, devemos deixar dito aqui que, no primeiro caso o investimento e o trabalho para publicação é da editora, e no segundo caso, o trabalho e investimento são por conta do autor.

No passado este foi um ponto que era considerado não tão favorável para um autor independente, o fato de que ele é quem banca os custos da edição.

Mas publicar um livro já foi mais caro no passado. Hoje com os avanços das tecnologias, bancar seu próprio livro impresso é bem mais viável, sendo possível publicar baixas tiragens de 50, 100 exemplares a um custo unitário bem acessível.

Profissionais que ajudam o autor independente também podem ser encontrados com muita facilidade.

Para o marketing, as redes sociais são o melhor caminho. Para as vendas, os marketplaces permitem que qualquer um possa vender através de suas plataformas. Mas isso já é conversa para um outro artigo.

 

Finalizando

Por fim não custa lembrar dos diversos casos de autores que começaram sendo independentes e posteriormente conseguiram chamar a atenção das grandes editoras, conseguindo finalmente ter realizado seu sonho, o sonho de qualquer autor, encontrando seu lugar ao sol!

Ouse sempre sonhar e trabalhe para realizar seu sonho!

Escreva sempre!

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